O Movimento Desonera Brasil, responsável por representar os 17 setores afetados pela nova Medida Provisória de desoneração da folha de pagamento, afirma que a decisão do Planalto “não deve ser imposta sem discussão” com a sociedade, os empresários e os congressistas. O pronunciamento foi feito em comunicado na quinta-feira (28), depois do anúncio oficial sobre as mudanças.
A MP nº 1.202, publicada nesta sexta-feira (29), revoga o Projeto de Lei do Congresso Nacional que renovava o benefício fiscal até 2027. O novo texto estabelece que o retorno gradual da cobrança de impostos para os grupos contemplados começará em abril de 2024. Na avaliação dos setores impactados, porém, a decisão traz “insegurança jurídica” para os negócios.
“As propostas mencionadas não estão claras e sinalizam alterações importantes que não foram discutidas com o Congresso, com o setor empresarial e tampouco com os representantes dos trabalhadores. São propostas que não devem ser impostas à sociedade sem discussão prévia ampla e abrangente, por meio de uma Medida Provisória”, diz trecho do comunicado.
A representação argumenta que, desde a implementação em 2011, o benefício promove uma maior geração de empregos formais, além de maior competitividade das empresas e maior inclusão social.
“São setores altamente intensivos em mão-de-obra, cujas folhas de pagamento têm um alto peso em sua composição de custos. A política de desoneração da folha diminui esse custo, sendo indubitavelmente um mecanismo para esses setores empregarem mais e, ponto importante, de maneira formal”, declara.
O movimento afirma, ainda, que a melhor forma de sugerir uma nova regra seria por meio do envio de um Projeto de Lei para o Congresso Nacional ou de um debate na próxima etapa da Reforma Tributária, que tratará da taxação sobre renda e emprego. Para a organização, a conclusão tomada deverá respeitar uma “decisão firme do Congresso”.
“Acreditamos que o Brasil precisa, sim, buscar soluções amplas que reduzam o custo sobre a folha de pagamento, que é altíssimo no Brasil. Esse alto custo desincentiva a criação de empregos formais e diminui a competitividade do país na economia mundial. Mas é imperativo que isso seja feito via uma discussão profunda com a sociedade e com respeito a uma decisão firme do Congresso”, diz a nota.
Assinam o texto:
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