O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reunirá nesta quinta-feira, 29, para decidir sobre a meta de inflação para 2026. O órgão é composto do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da ministra do Planejamento, Simone Tebet, e do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
O ministro da Fazenda confirmou que o conselho vai discutir a possível revisão do sistema de metas de inflação do Brasil. O CMN estabelecerá a meta de inflação para 2024 em 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Para 2025, a meta será de 3%. Para mudar o sistema de metas, o presidente precisa emitir um decreto.
A maior parte dos oito membros que participaram da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC realizada na semana passada avalia que é possível, a partir da próxima reunião, começar a diminuir a taxa anual de juros. A Ata do Copom foi divulgada na terça-feira 27.
“A avaliação predominante foi que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”, afirma a ata da reunião de 21 de junho, que definiu pela manutenção da Selic em 13,75%.
Na ata, o Banco Central informa que o outro grupo, minoritário, “se mostrou mais cauteloso”. Esses diretores consideram que a queda da inflação observada nas últimas semanas ainda reflete o recuo de componentes mais voláteis e gera dúvida sobre o impacto do aperto monetário até então implementado. “Para esse grupo, é necessário observar maior reancoragem das expectativas longas e acumular mais evidências de desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo”, diz o documento.
Entretanto, houve unanimidade sobre a necessidade de observar a “evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica”, antes de dar os passos futuros da política monetária.
A diretoria do Copom deixou claro, no entanto, que o afrouxamento do aperto monetário exige “confiança na trajetória do processo de desinflação”. “Flexibilizações prematuras podem ensejar reacelerações do processo inflacionário e, consequentemente, levar a uma reversão do próprio processo de relaxamento monetário”, avaliou o comitê, de forma unânime.
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