Maurício Tolmasquim, atual gerente executivo de Estratégia da Petrobras, afirmou que a estatal começou a revisão do plano estratégico quinquenal e vai divulgar no final deste ano o novo planejamento para o período 2024-2028, seguindo os moldes das últimas revisões. Ele falou sobre o tema em evento no Instituto Brasileiro do Petróleo e do Gás (IBP) nesta terça (18). Tolmasquim foi indicado para a diretoria de Transição Energética e Energias Renováveis, nova área criada na empresa, mas que ainda necessita do aval conselho de administração para ser implantada oficialmente.
De acordo com o gerente, a elaboração do novo plano ainda está em fase inicial. Ele também disse que a transição energética “não era prioridade” para a Petrobras e que a estatal “está atrasada” em relação às emissões de escopo 3, que envolvem os produtos oferecidos ao mercado. Durante o evento, Tolmasquim mencionou que a descarbonização dos produtos da empresa está entre os temas que devem ganhar espaço no novo plano.
“Sem dúvida o petróleo ainda vai gerar renda durante algum tempo para a Petrobras, mas isso não significa que a empresa deva olhar só para isso. É necessário diversificar o portfólio, as atividades, porque é inelutável que a longo prazo a demanda de petróleo no mundo caia e a Petrobras tem que estar preparada para essa nova realidade”, disse o executivo.
O plano estratégico 2023-2027 da estatal definiu como áreas prioritárias a serem estudadas na transição energética os segmentos de eólicas offshore, hidrogênio, biorrefino e captura de carbono. A única área dessas que teve valores de investimento definidos foi o biorrefino, com a estimativa de um aporte de US$ 600 milhões até 2027.
A reformulação do conselho de administração, encarregado de revisar o plano, ainda está em curso e só deve ser finalizada no dia 27 de abril, quando os acionistas vão decidir qual será o novo conselho da Petrobras.
A estatal também tem defendido a revisão do acordo no Cade para a venda de refinarias e traçado planos de investimentos em biorrefino em unidades colocadas à venda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). “Nós respeitamos as alegações do Cade, mas temos agora que nos defender, tanto no caso dos combustíveis, que nos obrigaram a vender refinarias, a nosso ver indevidamente, sem a defesa à altura que o caso merecia, como na questão do gás”, afirmou o presidente da estatal, Jean Paul Prates (PT), a jornalistas após evento na Fiesp nessa semana.
Além disso, a Petrobras esclareceu ao mercado que buscará “construir em conjunto com o Cade uma solução para conciliar os compromissos assumidos anteriormente com as novas propostas a serem consideradas no planejamento estratégico”.
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