A Reforma de Tributária volta ao radar dos políticos por causa da transição de governo. Inúmeros projetos sobre mudanças na cobrança de impostos tramitam há anos no Congresso Nacional, mas sempre falta consenso. Um dos grandes desafios é convencer Estados e municípios a abrir mão de receitas. O diretor do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), Carlos Pinto, lembra que a aprovação depende do jogo político e se diz frustrado: “Os fatores políticos interferem diretamente em todas as propostas. Como cidadão, eu tenho uma grande frustração por viver em um país que tanta coisa boa, mas convivendo com diversas situações [ruins], inclusive, entre elas, a corrupção, que é o grande vilão de todo o trabalho, de todo empenho e de toda expectativa. Eu me sinto muito frustrado, na maioria das vezes, quando essas expectativas não são correspondidas”. O diretor do IBPT acredita que existe chance do novo Congresso aprovar a Reforma Tributária.
Na avaliação de Carlos Pinto, o primeiro semestre de 2023 será decisivo para a reforma. “A gente vê que alguns pontos vão precisar ser acelerados, principalmente quando a gente fala da tributação sobre renda, que ele quer aumentar a faixa ali dos isentos, dando uma maior um poder financeiro maior para o contribuinte, como também tributação de dividendos e outros pontos mais. Eu acredito que a pauta vai ser bastante posicionada agora no primeiro semestre, porque é algo que já está tramitando no Senado e na Câmara, justamente para fazer com que a coisa ganhe velocidade”, diz. Pinto acrescenta que as distorções tributárias penalizam o contribuinte no Brasil. Para ele, qualquer debate sobre criação de novos impostos deve ser criticado.
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