Copom eleva taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 13,75%, maior patamar desde 2017

Aumento corresponde ao indicado na ata da última reunião e esperado pelo mercado; Banco Central aponta que ciclo de ajustes continuará
Por: Brado Jornal 04.ago.2022 às 06h36
Copom eleva taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 13,75%, maior patamar desde 2017
Copom é o responsável por definir a taxa de juros paga pelo governo do Brasil para quem compra títulos da dívida - Adriano Machado/Reuters

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu unanimemente nesta quarta, 3, elevar a taxa básica de juros Selic em 0,5 ponto percentual, para o patamar de 13,75% ao ano, o maior desde janeiro de 2017. O aumento foi em conformidade com o que mercado financeiro esperava e com o que o próprio BC havia indicado na ata da última reunião, realizada em 15 de junho. A alta foi a 12ª consecutiva – o Copom iniciou o ciclo de altas da taxa em março de 2021, como forma de combate à inflação. Desde então, o BC prosseguiu em sua política de ajuste monetário para evitar o descontrole na subida de preços – até junho, o índice oficial da inflação no país, o IPCA, acumula alta de 11,89% em 12 meses. No comunicado sobre a nova alta, o BC indicou que o ajuste provavelmente continuará, embora com magnitude menor na próxima reunião. A própria instituição prevê que não será possível cumprir a meta de inflação para 2022, que tem o teto de 5%, mas busca evitar que o estouro nas metas de 2023 (teto de 4,75%) e 2024 (4,5%).

Ao comentar a situação econômica, o Copom avaliou que ainda há muita volatilidade e diversas pressões inflacionárias seguem, como o cenário exterior e a incerteza sobre a parte fiscal do país. No sentido contrário, o BC avalia que há uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento nos preços das commodities internacionais em reais e uma possível desaceleração da atividade econômica mais acentuada do que a projetada, embora a inflação ao consumidor ainda siga alta e o mercado de trabalho tenha tido uma retomada mais forte que a esperada. “O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2023 e, em grau menor, o de 2024″, escreveu o Copom junto com a decisão – antes de afirmar que a situação demanda cautela adicional.



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