A demora da Petrobras na avaliação dos nomes indicados pelo Governo Federal, acionista majoritário da empresa, para compor o Conselho de Administração é “injustificável” e revela até uma “má vontade”. A declaração foi dada por uma alta fonte do governo, que sob condição de sigilo.O Comitê de Elegibilidade (Celeg) da empresa se reuniu nesta semana, mas não deu um parecer final sobre os nomes indicados pela União. Ao todo, oito nomes foram indicados há mais de um mês. Na prática, a demora atrasa ainda mais a formação do novo conselho. O presidente Jair Bolsonaro já manifestou inúmeras vezes a insatisfação com a política de preços da companhia e quer a mudança. A chegada de Caio Paes de Andrade, novo presidente da Petrobras, também foi demorada e só aconteceu de forma mais acelerada depois do pedido de renúncia de José Mauro Coelho.
O novo conselho poderia, em tese, mexer na política de preço. Mas os filtros, leis e regras internas podem criar obstáculos a essas intenções. Uma assembleia de acionistas só pode acontecer depois desses nomes indicados pelo governo passarem pelos filtros de compliance e governança. Uma vez aprovados, ainda há um prazo de até 30 dias para a Assembleia ser realizada. A fonte disse que não há motivo para demora e tanta burocracia na análise e aprovação dos nomes indicados. Fontes da Petrobras negaram que haja demora ou má vontade, mas não explicaram por que o governo indicou esses nomes e ainda não houve um parecer definitivo.
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