O Tribunal de Contas da União (TCU) acatou um pedido feito pelo Ministério Público para apurar denúncias de assédio sexual contra Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa Econômica Federal. O pedido foi feito pelo Ministério Público junto ao TCU, através o subprocurador Lucas Rocha Furtado. Guimarães deixou o cargo na semana passada, depois de ter sido alvo de denúncias de assédio sexual por parte de funcionárias do banco. “Quando praticado no âmbito da administração pública, o assédio gera a percepção, na sociedade, de que as instituições estatais não se pautam em valores morais nem são conduzidas segundo elevados padrões de conduta”, diz Furtado em sua representação.
O pedido diz que as denúncias feitas contra Guimarães são “de extrema gravidade” e mostram uma conduta “reprovável e incompatível” com o cargo de presidência de uma das maiores instituições financeiras do país. O subprocurador também diz que, se as denúncias forem confirmadas, Pedro Guimarães “cometeu assédio sexual e moral contra empregadas e empregados daquela instituição financeira pública, o que, além de caracterizar prática criminosa, configura flagrante violação ao princípio administrativo da moralidade”. Este princípio está previsto na Constituição.
Guimarães nega as acusações. Ele afirma que pediu para deixar o cargo no banco a fim de evitar que a instituição ou o governo sejam alvos de rancor em um ano eleitoral. “A partir de uma avalanche de notícias e informações equivocadas, minha esposa, meus dois filhos, meu casamento de 18 anos e eu fomos atingidos por diversas acusações feitas antes que se possa contrapor um mínimo de argumentos de defesa. É uma situação cruel, injusta, desigual e que será corrigida na hora certa com a força da verdade”, destacou o economista em sua carta de demissão. “As acusações noticiadas não são verdadeiras e não refletem a minha postura profissional nem pessoal. Todavia, não posso prejudicar a instituição ou o governo sendo um alvo para o rancor político em um ano eleitoral”, acrescentou.
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