O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou nesta terça, 21, a ata da última reunião, concluída na última quarta, 15. No documento, o comitê afirma que a taxa de juros Selic deve continuar subindo e será mantida em um patamar alto por um período de tempo maior que o esperado anteriormente, como forma de evitar que a inflação cresça e fique acima do teto da meta em 2023 – o centro da meta para o índice no ano que vem é de 3,25%, e o teto, de 4,75%.
“O Comitê avalia, com base nas projeções utilizadas e seu balanço de riscos, que a estratégia requerida para trazer a inflação projetada em 4,0% para o redor da meta no horizonte relevante conjuga, de um lado, taxa de juros terminal acima da utilizada no cenário de referência e, de outro, manutenção da taxa de juros em território significativamente contracionista por um período mais prolongado que o utilizado no cenário de referência”, disse a autarquia no documento.
Na ata, o Copom reforça o comunicado divulgado logo após a reunião, realizada na última quarta, 15, e projeta que na próxima reunião, em agosto, a taxa deve ter um aumento de “igual ou menor magnitude”, ou seja, de 0,5 ponto percentual. Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano. O Comitê vê o cenário como ‘negativo’, com avanço nas projeções: a inflação prevista para este ano avançou de 7,7% para 8,8% (o centro da meta era de 3,5%, com teto de 5%). A estimativa de 2023 subiu de 3,4% para 4,0%, com riscos como o aumento no preço internacional do petróleo e a incerteza sobre o futuro do “arcabouço fiscal” do país, ou seja, sobre as regras para as contas públicas, além de medidas que estimulem a economia durante um ano eleitoral.
Em relação à atividade econômica, o Copom avaliou que foi mais acelerada do que o esperado no primeiro trimestre, mas que deve diminuir o ritmo até o fim do ano. “O Comitê avalia que a atividade deve desacelerar nos próximos trimestres quando os impactos defasados da política monetária [de alta dos juros] se fizerem mais presentes”, informou. Um cenário parecido afetaria o resto do mundo, com a continuidade da guerra na Ucrânia, e as subidas da inflação e das taxas de juros também em outros países.
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