Bolsonaro critica Petrobras, mas diz que não vai interferir na política de preços

Para ele, falta sensibilidade da estatal em relação ao momento econômico; no primeiro trimestre de 2022, a empresa teve lucro líquido de R$ 44,5 bilhões, alta de mais de 3.700% em relação ao mesmo período de 2021
Por: Brado Jornal 09.jun.2022 às 13h53
Bolsonaro critica Petrobras, mas diz que não vai interferir na política de preços
Divulgação

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta quarta-feira, 8, na Associação Comercial do Rio de Janeiro que o governo federal não pretende interferir na política de preços da Petrobras, mas reclamou da elevada rentabilidade da empresa e frisou que falta sensibilidade da estatal em um momento difícil da economia global. No primeiro trimestre de 2022, a empresa teve lucro líquido de R$ 44,5 bilhões, alta de mais de 3.700% em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com o presidente, ele não repetirá “erros cometidos pelo PT” de, no passado, interferir nos preços dos combustíveis e da energia elétrica. Isso, segundo Bolsonaro, trouxe uma “conta salgada para a população”. Em um longo discurso de aproximadamente 35 minutos para 400 empresários e políticos, o presidente fez críticas ao principal adversário na corrida presidencial, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e voltou a atacar ministros e decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

Nessa semana, o governo federal anunciou um pacote de medidas para tentar reduzir os preços dos combustíveis nas bombas. O custo estimado é de R$ 40 bilhões para zerar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do diesel e do gás de cozinha e para eliminar Pis e Cofins do etanol e da gasolina. “É hora de todos colaborarem”, frisou Bolsonaro. O presidente da República acrescentou que “lamentavelmente, ainda não há entendimento da Petrobras sobre o momento atual da economia global”. Grandes petrolíferas do mundo baixaram a margem de lucro, o que ainda não acontece no Brasil.

Bolsonaro reconheceu as dificuldades causadas pela inflação para a população, mas destacou resultados positivos do PIB, da desvalorização do dólar frente ao real e a geração de empregos. Ele estimou até, que em um mês, a taxa de desemprego no Brasil voltará a um dígito. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em abril deste ano, o nível do desemprego estava em 10,5%, menor patamar desde o começo de 2016. “No começo da pandemia eram até seis milhões no desemprego. Tivemos um saldo positivo. Em 2020 e 2021, tivemos quase três milhões de novos empregos. Como foi feito? Ouvindo os meus ministros. E como está no Brasil no momento? Tenho certeza que, em mais um mês, chegaremos a um dígito, o número de desempregados no Brasil”, disse. Do Rio de Janeiro, Bolsonaro embarcou para os Estados Unidos para participar da Cúpula das Américas, onde vai se encontrar com o presidente norte-americano, Joe Biden.



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