Para conter escalada dos preços, governo propõe zerar imposto federal da gasolina e do etanol

Em contrapartida, União pede que governadores zerem o ICMS dos combustíveis e se dispõe a compensar os Estados pela perda de arrecadação
Por: Brado Jornal 07.jun.2022 às 06h24
Para conter escalada dos preços, governo propõe zerar imposto federal da gasolina e do etanol
Presidente Jair Bolsonaro pediu a colaboração de governadores para diminuir os efeitos da alta nos preços dos combustíveis - Isac Nóbrega/PR - 01/06/2022

Três meses depois de zerar as alíquotas de PIS e Cofins, tributos federais, sobre o gás de cozinha e o diesel até dezembro deste ano, o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou, na noite desta segunda-feira, 6, a ampliação da medida para a gasolina e o etanol. Em pronunciamento à imprensa no Palácio do Planalto, o chefe do Executivo federal também afirmou que a União está disposta a repassar recursos para os Estados que zerarem o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do diesel e do gás de cozinha.

Para viabilizar a transferência de verba, o Planalto buscará a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que irá autorizar que essa despesa fique fora do teto de gastos. “Essas propostas foram colocadas na mesa aos presidentes das Casas [Artur Lira (PP-AL), da Câmara dos Deputados, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado], e eles levarão aos senhores deputados e senadores. Havendo entendimento, o projeto de lei complementar [do ICMS] e promulgando uma emenda à Constituição, se faria valer imediatamente na ponta da linha aos consumidores para enfrentarmos esse problema de fora do Brasil [a guerra da Rússia contra a Ucrânia] que têm reflexos aqui dentro”, disse Bolsonaro.

A PEC anunciada pelo governo nesta segunda-feira, 6, é a alternativa ao decreto de calamidade pública, que vinha sendo defendido pela ala política do Planalto e que encontrava resistência na equipe econômica, liderada pelo ministro Paulo Guedes. Antes do envio da proposta de emenda à Constituição, Bolsonaro disse esperar que os senadores aprovem o projeto de lei complementar (PLP) que estabelece teto de 17% para o ICMS dos combustíveis e da energia elétrica. Depois da instituição deste limite, o governo propõe que os Estados zerem a alíquota do imposto; em contrapartida, a União repassaria recursos para compensar esta perda de arrecadação. “Uma vez aprovado o projeto de lei complementar, zere o ICMS do diesel e nós pagaríamos o que deixarão de arrecadar. Na gasolina e no etanol, no projeto de lei complementar, cai para 17% [o limite de incidência do ICMS] e o governo se dispões a zerar o seu tributo de PIS, Cofins e CIDE. Ou seja, a gasolina também deixaria de ter imposto federal”, disse Bolsonaro.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), esteve presente e comentou sobre a proposta – que já tramitou na Casa e agora segue para análise dos senadores. “A iniciativa avança no sentido de diminuição dos índices inflacionários e um acalento na vida das pessoas que estão na ponta, no sofrimento, no dia a dia e nas cidades humildes. Afeta a classe média, tira o humor da classe mais alta, mas massacra os mais humildes”, alegou. Estiveram presentes o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI); o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-PL); o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Heleno; o ministro da Justiça, Anderson Torres; ministro da Economia, Paulo Guedes; ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida; e o senador relator do PL 18/2022, Fernando Bezerra (MDB-PE).



📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
Moraes vai enviar inquérito do golpe para PGR na segunda; denúncia deve ficar para 2025
O ministro não deve retirar o sigilo do relatório final da PF, que indiciou Bolsonaro, Braga Netto e outras 35 pessoas
Operação busca celulares de PMs afastados após execução de delator do PCC
Corregedoria cumpre mandados em endereços ligados aos policiais que eram seguranças de Vinicius Gritzbach
Após desistência de Matt Gaetz, Trump nomeia Pam Bondi como Procuradora-Geral dos EUA
Bondi foi uma das suas advogadas durante seu primeiro julgamento político, quando foi acusado de abuso de poder
Operação Contragolpe: veja quem é quem na lista dos indiciados pela PF
As pessoas foram indiciadas pela PF pelos crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa
Carregando..