O mercado interno deve ser beneficiado com o retorno da carne a patamares normais de preços, mesmo com a retomada das exportações à China depois da queda do embargo à carne brasileira.
A afirmação é do diretor-executivo de Política Agrícola da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sergio De Zen na manhã desta quarta-feira (15).
“A gente vai voltar ao ritmo normal de preços”, garante o executivo ao acrescentar que a queda nos preços depois do bloqueio chinês à produção brasileira foi amortizada por conta da absorção da carne nacional por outros mercados.
Tivemos o escoamento para outros mercados”, diz De Zen, que completa: “Sentimos num curto espaço de tempo uma queda de preços, principalmente no mercado interno, mas outros mercados absorveram a produção”.
Retomada das exportações à China
A declaração do executivo à TV CNN vem depois do anúncio da Administração Geral das alfândegas da China de que a importação de carne brasileira estava liberada. O país asiático havia imposto um bloqueio à produção nacional desde setembro, o que derrubou as exportações já que a China é o grande parceiro comercial do Brasil no setor pecuário.
De Zen disse que a normalização das exportações para a China deve ocorrer “de maneira bastante rápida, dado que é uma reativação de canais de exportação que já existem”, afirma.
O bloqueio foi imposto depois da descoberta de casos da doença da vaca louca no Brasil, que foi usada, segundo De Zen, como argumento para que os chineses fechassem o mercado e escoassem a produção interna de carne suína.
“Essa vaca louca atípica não deveria causar um impacto desse tamanho. Bloquearam a carne bovina e enxugaram a carne suína”, afirma De Zen.
Perguntado se as relações entre o governo brasileiro e o chinês acabaram por motivar restrições à produção brasileira, De Zen avaliou que o bloqueio foi uma questão comercial pontual, e não política. “Existe profissionalismo do governo brasileiro, isso não tem nada de político, são tratativas técnicas e comerciais”, afirmou.
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