A criação do mercado regulado de crédito de carbono no Brasil, oficializada pelo governo Jair Bolsonaro em maio de 2022, abriu caminho para o controle privado da Amazônia e o avanço de interesses corporativos sobre a floresta.
O decreto, aguardado desde 2009, regulamentou a comercialização de créditos de carbono e metano, permitindo que empresas compensem suas emissões poluentes por meio de investimentos ambientais. Em setembro do mesmo ano, o BNDES, então sob o comando de Paulo Guedes, firmou contrato com o Consórcio PSA e Créditos de Carbono, liderado pela Ambipar, para estudar um modelo de concessão ambiental baseado no Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).
A medida abriu espaço para que empresas privadas assumam o controle de áreas públicas da Amazônia sob a justificativa de preservação, levantando preocupações sobre a soberania nacional e uma possível privatização disfarçada da floresta.
No governo Lula, esse processo continua e se intensifica. A política de concessões ambientais e créditos de carbono segue em expansão, permitindo que a exploração econômica da Amazônia avance sob a justificativa de conservação. Além disso, em 2025, o governo assinou um acordo com a Ambipar durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, aprofundando o envolvimento de empresas privadas na administração de áreas sensíveis da Amazônia, incluindo terras indígenas, o que levanta novas preocupações sobre a privatização e os direitos territoriais.
O deputado Filipe Barros foi um dos poucos a criticar a iniciativa de Lula com a Ambipar. Contudo, ele omite o fato de que o próprio governo Bolsonaro já havia dado passos semelhantes em 2022, ao formalizar a parceria com a empresa para a exploração da Amazônia, com o mesmo discurso de preservação ambiental. Assim, enquanto o governo atual se torna alvo de críticas, é essencial recordar que o modelo de concessões e privatização ambiental foi inaugurado no governo Bolsonaro e segue sendo aprofundado na gestão de Lula, com potenciais consequências para a floresta e o país.
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