A Prefeitura de São Paulo iniciou, nesta quarta-feira (15), uma operação para apreender motos utilizadas no serviço de mototáxi, após a Justiça suspender o funcionamento do serviço na capital. A medida, que atende a uma disputa judicial entre a empresa 99 e a administração municipal, penaliza trabalhadores que buscam meios honestos de sustento e usuários que dependem de alternativas rápidas de transporte.
A fiscalização, realizada pela Guarda Civil Metropolitana e agentes de trânsito, abordou motociclistas que transportavam passageiros na garupa. Durante a ação, apenas três motos foram apreendidas: uma na zona leste e duas na zona norte. A baixa quantidade reflete mais o impacto negativo na rotina dos trabalhadores do que na segurança da cidade.
A primeira apreensão ocorreu às 16h, quando um motociclista transportava uma passageira por R$ 11, num trajeto de 10 a 15 minutos entre Vila Ré e Cangaíba. O mesmo percurso, se feito de trem ou ônibus, levaria quase 50 minutos – um exemplo claro da precariedade do transporte público em São Paulo, que empurra a população para soluções alternativas.
Trabalhadores sob ataque
Enquanto a Justiça decide sobre a legalidade do serviço, os verdadeiros prejudicados são os mototaxistas e os passageiros. Para muitos, como os condutores abordados nesta operação, o mototáxi é um meio legítimo de sustento. Agora, esses trabalhadores estão sendo tratados como infratores, enquanto tentam oferecer uma solução para uma cidade conhecida por seu trânsito caótico e um sistema de transporte público insuficiente.
O Sindimotos, sindicato que representa os trabalhadores do setor, orientou seus associados a suspender o serviço até que a disputa judicial seja resolvida. No entanto, a falta de alternativas para sustento força muitos a continuar operando, mesmo sob o risco de multa e apreensão.
Disputa judicial
A proibição municipal tem como base um decreto que veta o serviço de mototáxi na cidade, decisão defendida pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB). Em contrapartida, a empresa 99 argumenta que a legislação federal permite às prefeituras regulamentar e fiscalizar o serviço, mas não proibi-lo. A Justiça, por sua vez, indeferiu o pedido da 99 para manter o serviço em operação.
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