O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a retomada dos investimentos em comunicação e patrocínios dos Correios, encerrando o período de austeridade iniciado durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). A reativação ocorre em um contexto financeiro delicado para a empresa, que acumula um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões nos primeiros nove meses de 2024, após encerrar 2023 com um déficit de R$ 600 milhões.
Neste ano, os Correios destinaram R$ 33,7 milhões a patrocínios de eventos e iniciativas culturais, como o festival Lollapalooza, a Confederação Brasileira de Ginástica, a turnê de Gilberto Gil, os Jogos Universitários Brasileiros e o Tour do Rio de Ciclismo. Apesar de significativo, esse valor ainda está abaixo dos investimentos realizados no governo de Dilma Rousseff (PT), com uma previsão orçamentária de R$ 380 milhões para publicidade e propaganda em 2025.
Esse aumento nos investimentos de 2024 já supera os R$ 3,3 milhões gastos no primeiro ano do terceiro mandato de Lula, com uma projeção crescente para o ano seguinte. Além disso, os Correios anunciaram a distribuição de R$ 200 milhões em bonificações para seus mais de 80 mil funcionários, incluindo um "vale-peru" de R$ 2.500 como parte de um acordo coletivo.
A contenção de gastos em publicidade começou após o impeachment de Dilma Rousseff, quando o governo de Michel Temer (MDB) reduziu os investimentos publicitários da empresa para R$ 17,3 milhões em 2017 e R$ 15,5 milhões em 2018. Já durante a gestão de Bolsonaro, os patrocínios caíram drasticamente, atingindo apenas R$ 265 mil em 2022.
No entanto, com o plano de recuperação financeira em andamento, os Correios preveem um aumento de sua participação no mercado logístico e na prestação de serviços ao governo, com os R$ 380 milhões previstos para publicidade em 2025, visando destacar sua eficiência operacional.
Apesar de reverter a tendência de austeridade, a estatal também enfrenta desafios financeiros, incluindo um acordo para cobrir um déficit de R$ 15 bilhões no fundo de pensão Postalis, que exigirá pagamentos anuais de cerca de R$ 30 milhões por 30 anos. Esse ajuste era esperado há algum tempo, mas foi adiado pelas gestões anteriores.
Em meio a isso, os Correios implementaram um congelamento de gastos operacionais devido à escassez de recursos, revisando a previsão orçamentária de 2024 de R$ 22,5 bilhões para R$ 21,9 bilhões, ainda acima das receitas projetadas de US$ 20,1 bilhões.
Com o cenário de recuperação financeira, a expectativa para 2025 é de maior investimento em comunicação e contratos publicitários, para reforçar a competitividade da estatal no crescente mercado de logística e encomendas, enfrentando grandes players do setor.
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