O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu uma investigação para apurar supostas irregularidades no contrato firmado entre a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e a PepsiCo Brasil. O acordo permitia o uso do Largo da Batata, em Pinheiros, pela marca de salgadinhos Ruffles e está sendo questionado por indícios de concessão ilegal do espaço público e falta de transparência.
Denúncia e apuração
A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital, liderada pelo promotor José Carlos Blat, apontou sinais de “cessão fraudulenta do nome da praça” e destacou possíveis prejuízos ao interesse público. A denúncia foi apresentada pelo vereador eleito Nabil Bonduki (PT), urbanista e professor da FAU-USP, que criticou o valor simbólico e a ausência de licitação no acordo.
O caso foi encaminhado ao promotor Paulo Destro, que estabeleceu um prazo de 10 dias para que a Prefeitura de São Paulo, a PepsiCo e a Social Service Comunicação MKT de Responsabilidade LTDA, empresa que intermediou o contrato, apresentem explicações.
Contrato sem licitação e contrapartidas questionadas
Segundo a denúncia, divulgada pela TV Globo, o contrato foi firmado pela Subprefeitura de Pinheiros sem consulta pública ou licitação. A parceria previa renomear o espaço como “Largo da Batata Ruffles”, exibindo publicidade da marca em estações de metrô e no local.
Em troca, a PepsiCo investiria R$ 1,1 milhão em equipamentos e mobiliário urbano para melhorias na praça, mas não em aporte financeiro direto. Para Bonduki, a falta de transparência e o baixo valor comprometem o interesse público. “Parcerias público-privadas podem ser benéficas, mas devem respeitar a legalidade e o bem coletivo”, afirmou o vereador.
Desistência da PepsiCo
Após a abertura da investigação, a PepsiCo anunciou a desistência do projeto, que também incluía um festival cultural no Largo da Batata. Apesar do recuo, o MP-SP segue apurando os desdobramentos do caso, que levanta questões sobre a gestão de espaços públicos em São Paulo.
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