"Ações contra fogo foram insuficientes", diz Marina Silva

Ministra do Meio Ambiente admite plano aquém da realidade, mas diz ver indícios de incêndios criminosos e de afronta política contra governo Lula
Por: Brado Jornal 23.set.2024 às 09h50
Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

A ministra do Meio Ambiente Marina Silva afirmou que as ações para conter as queimadas foram insuficientes. A declaração foi dada em entrevista ao podcast “Café da Manhã”, do jornal Folha de S. Paulo, que foi ao ar na manhã desta segunda-feira (23).

“O que nós estamos descobrindo agora é que [o planejado] não foi suficiente. E ter essa clareza e essa responsabilidade de não querer mascarar a realidade ou minimizar a realidade faz parte de uma postura republicana diante da sociedade”, disse a ministra.

Segundo Marina, a humanidade não está preparada para enfrentar desafios relacionados às mudanças climáticas porque “não ouviu” a ciência. Disse ainda que, se os países desenvolvidos querem cobrar do Brasil uma atuação, precisam também repassar os recursos prometidos com o Acordo de Paris.

Na avaliação da ministra, as queimadas que o país vem registrando têm “indicativos” de conotação política. Ela afirmou que, na visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a comunidades indígenas na Amazônia, não foram vistos focos de incêndio, mas que, na volta, podiam ser observados focos pela janela do avião. Para Marina, os responsáveis começaram os incêndios propositalmente por saberem que o avião presidencial passaria pelo local.

“Houve ali uma tentativa, no meu entendimento, de fazer uma afronta. Estavam passando o presidente, o ministro da Defesa, as autoridades da República”, afirmou.

Apesar de agora atribuir as queimadas a criminosos, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), a ministra culpou a política ambiental e chegou a comparar os incêndios ao Holocausto, o genocídio de judeus durante a 2ª Guerra Mundial.

O Brasil encerrou o mês de agosto de 2024 com o pior número de queimadas em 14 anos. Foram 68.635 ocorrências –o 5º maior da série histórica, iniciada em 1998. Foi uma alta de 144% em relação ao mesmo período de 2023.

Setembro já ultrapassou o número de focos de incêndio de agosto e se é, até o momento, o pior mês deste ano quanto ao número de queimadas. O mês acumula 72.962 focos de incêndio. Em 2024, são 200.013 ocorrências do tipo.

O país vive, além da alta dos focos de incêndio, uma seca histórica, com a pior estiagem em 44 anos, segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).



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