Caso Voepass: Avião teve 6 falhas detectadas no sistema de degelo em 2023

Relatórios obtidos por O Globo revelam problemas reportados em julho por mecânicos, que também recomendaram que aeronave não voasse ao Sul
Por: Brado Jornal 15.ago.2024 às 09h03 - Atualizado: 15.ago.2024 às 09h04
Caso Voepass: Avião teve 6 falhas detectadas no sistema de degelo em 2023

 Relatórios internos da VoePass revelam que o avião ATR-72 envolvido no acidente aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo, interior de São Paulo, na sexta-feira (9), teve pelo menos seis registros de problemas com o sistema de degelo em julho do ano passado.

Os documentos, obtidos pelo jornal O Globo, mostram que, nessas ocasiões, o sistema ficou inoperante. Em uma dessas vezes, foi feita uma recomendação técnica para que a aeronave não voasse para o Sul do país, de modo a evitar riscos em uma região com condições climáticas adversas.

Uma falha no sistema anticongelamento é justamente uma das suspeitas para a tragédia aérea. A VoePass, contudo, afirma que todos os problemas detectados no ano passado foram sanados e que, na sexta-feira, o sistema funcionava normalmente.

Os documentos obtidos pela reportagem mostram que as falhas foram anotadas por mecânicos nas bases de Congonhas e Ribeirão Preto, em São Paulo, e em Porto Alegre (RS).

Em 13 de julho de 2023, um funcionário da manutenção em Ribeirão relatou que a aeronave apresentava “restrições de gelo” e recomendou que trajetos ao Sul do país fossem evitados — no entanto, o avião foi no mesmo dia a Porto Alegre, onde a falha no sistema de degelo também foi reportada por mecânicos locais.

Em Porto Alegre, a equipe de manutenção também informou que o limpador de para-brisa estava quebrado e detectou uma pane no sistema de alerta de aproximação com o solo. No dia seguinte, o relatório apontou apenas “restrição de gelo”.

No dia 14 de julho, quando o turboélice já havia voado para Congonhas, funcionários de São Paulo relataram o problema no sistema anticongelamento — e voltaram a recomendar que a aeronave não voasse para o Sul.

De acordo com os relatórios internos da VoePass, quatro dias depois, no dia 18, ainda em Congonhas, o avião apresentava sistema de degelo e gerador elétrico inoperantes.

No final do dia 18, uma nova inspeção na aeronave em Ribeirão Preto detectou que, além do degelo e do gerador, o indicador de situação horizontal também estava com defeito.



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