A Comissão de Estatuto do Flamengo, em uma reunião realizada na última segunda-feira (16), decidiu não aprovar uma proposta que visava a inclusão de cotas para mulheres e pessoas negras nas comissões do clube. A proposta, apresentada pela conselheira Marion Konczyk Kaplan, tinha como objetivo alocar 10% das vagas para esses grupos, com a intenção de tornar a comissão de marketing uma entidade fixa dentro do Conselho Deliberativo e de Administração, promovendo assim a diversidade.
No entanto, a proposta foi rejeitada sob o argumento de que configuraria uma “discriminação”, contrariando o artigo 3º do estatuto do clube, que proíbe discriminação por motivo de origem, raça, sexo, cor, idade, crença religiosa, convicção filosófica ou política e condição social.
A decisão resultou em polêmica e foi amplamente criticada por membros do Conselho Deliberativo, que consideraram a justificativa ultrapassada. Durante a reunião, Kaplan, ao defender sua proposta, foi confrontada por um membro da comissão, mas recebeu apoio de outros membros do conselho.
Em resposta ao veto, a bancada feminina do Flamengo, formada por Ivana Poato, Juliane Musacchio, Maria Luiza Costa Martins e Marion Konczyk Kaplan, divulgou uma nota de repúdio, enfatizando que as cotas são uma ferramenta para promover igualdade de gênero e diversidade, e não discriminação. A nota destaca que medidas semelhantes já são adotadas por outras instituições, como o poder judiciário, partidos políticos e universidades, para fomentar a inclusão e a diversidade.
A Comissão de Estatuto do Flamengo, composta exclusivamente por homens, e o Conselho Deliberativo, com mais de 90% de representação masculina, foram citados como exemplos da necessidade de ações afirmativas para promover a inclusão e a diversidade dentro do clube. A bancada feminina apela para que a Comissão de Estatuto reconsidere sua decisão e adote medidas que assegurem igualdade de oportunidades para todos, independentemente de gênero.
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