Érika de Souza disse não ter percebido que Paulo Roberto Braga, seu tio, estava morto ao levá-lo para sacar um empréstimo de R$ 17.000 numa agência bancária em 16 de abril. Ela responde por vilipêndio de cadáver e furto qualificado mediante fraude. Foi presa em flagrante no dia em que tentou o empréstimo, mas solta em 2 de maio depois de ser autorizada pela Justiça à responder ao processo em liberdade.
“Foram dias horríveis longe da minha família. Vivi momentos da minha vida que não suportava mais. Muito difícil. Foi horrível, eu não percebi que meu tio estava morto”, declarou Érika em entrevista ao programa “Fantástico”, da TV Globo, exibida na noite de domingo (5). “Eu não sou essa pessoa que estão falando, não sou esse monstro” completou.
Segundo Érika, a relação com o tio era “ótima”. Ela disse: “Ele era independente, ele andava, fazia o que ele queria. Ele tinha uma mente boa. Ele não era cadeirante e eu não era cuidadora dele”.
A defesa de Érika argumenta que o homem, que morreu aos 68 anos, estaria vivo ao chegar ao banco. A investigação do caso, porém, indica que ele já havia chegado ao estabelecimento morto.
Ao “Fantástico”, Érika disse que o tio pediu para ir ao banco e ela não considerou que ele estaria sem condições para ir até a agência. Ela afirmou que foi “tudo bem” no trajeto feito no carro, um veículo chamado por aplicativo.
Imagens de câmera de segurança mostram que, já fora do carro, Érika apoia a cabeça de Paulo com a mão. “Eu perguntei se assim ficaria melhor, ele disse que sim”, afirma ela.
Sobre o ocorrido dentro da agência bancária, Érika disse que “não consegue” se lembrar de “muita coisa” e que esse esquecimento pode ser por causa dos remédios controlados que toma regularmente. “Como eu faço tratamento, eu tomava zolpidem. Às vezes, tomava mais do que devia”, declarou.
Érika disse que nem ela e “nem muita gente” presente no banco percebeu que Paulo havia morrido. “Como você dá um papel para um morto assinar?”, questionou. Ela se refere ao fato de que a condição de Paulo só foi percebida quando ele não se movimentou para assinar os papéis do empréstimo que lhe foram apresentados.
“Se elas [atendentes] tivessem percebido algo, talvez não tivessem dado nada [para ele assinar]”, disse, acrescentando que só constatou a morte quando uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) atestou o óbito.
Paulo Roberto havia ficado uma semana hospitalizado. Ela foi com o tio ao banco no mesmo dia da alta, mas foi informada que o saque do empréstimo deveria ser feito em outra agência, onde foram no dia seguinte. Foi nessa agência que Paulo foi declarado morto.
Segundo a sobrinha, não houve, no momento da alta, nenhuma recomendação para que Paulo ficasse em casa. “Me deram uma receita de um remédio de 5 dias. Eu comprei o remédio e a fralda. Eu pensei que ele ia ter uma melhora, que era só uma pneumonia”, disse.
Para manter a liberdade, Érika deve se apresentar ao juízo mensalmente e está proibida de se ausentar da Comarca de Bangu por mais de 7 dias.
Na semana em que ela foi solta, a Polícia Civil do Rio de Janeiro passou a investigá-la por homicídio culposo. A denúncia, porém, ainda não foi apresentada à Justiça.
Érika responde por vilipêndio de cadáver e furto qualificado mediante fraude. Ela foi presa em flagrante quando tentou sacar um empréstimo de R$ 17.000 em nome do tio, cujo corpo foi carregado em uma cadeira de rodas até o local. Um vídeo gravado por atendente mostra Érika falando com o corpo de Paulo, pedindo para que ele assinasse um documento.
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