A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo avalia usar Inteligência Artificial para a produção de material didático para escolas estaduais. Professores receberam orientações para a montagem de aulas do 3º bimestre deste ano.
Nas novas diretrizes, a ferramenta estruturaria a “1ª versão da aula” utilizando assuntos pré-definidos pela gestão de Renato Feder, secretário de Educação de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
No atual modelo, o material didático é definido e estruturado por professores da Seduc. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, a nova proposta deixa os especialistas com a função de revisar o material produzido pela IA.
Em nota, o órgão negou que o modelo substitua os 90 professores ligados ao governo do Estado e disse que a proposta está em fase de testes.
A Seduc também negou que a ferramenta será responsável pela montagem das aulas, mas disse que será usada para revisar o material didático dos ensinos Fundamental e Médio.
O Governo de São Paulo tem apostado na digitalização da rede pública para alavancar as métricas de desempenho do ensino. Renato Feder, o atual chefe da Seduc, já foi secretário no Paraná.
Em agosto de 2023, a Seduc anunciou que sairia do PNLD (Programa Nacional de Livros Didáticos), do MEC (Ministério de Educação), por julgar que o material está “mais raso” e que “tenta cobrir um currículo muito extenso de maneira superficial”.
O governo foi fortemente criticado por entidades de ensino e da sociedade civil. Dias depois anunciou um recuo na desistência do PNLD. Feder comentou o caso 1 mês depois e disse que a decisão foi “um dos grandes erros” da sua vida.
Eis a íntegra da nota da Seduc
“Não procede a informação que os professores serão substituídos por ChatGPT ou por qualquer outra ferramenta de Inteligência Artificial (IA).
“A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) planeja implementar um projeto-piloto para incluir a IA como uma das etapas do processo de atualização e aprimoramento de aulas do terceiro bimestre dos Anos Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.
“Esse processo de fluxo editorial ainda será testado e passará por todas as etapas de validação para que seja avaliada a possível implementação. Nele, as aulas que já foram produzidas por um professor curriculista e já estão em uso na rede são aprimoradas pela IA com a inserção de novas propostas de atividades, exemplos de aplicação prática do conhecimento e informações adicionais que enriqueçam as explicações de conceitos-chave de cada aula.
“Na sequência, esse conteúdo será avaliado e editado por professores curriculistas em duas etapas diferentes, além de passar por revisão de direitos autorais e intervenções de design. Por fim, se essa aula estiver de acordo com os padrões pedagógicos, será disponibilizada como versão atualizada das aulas feitas em 2023.
“Atualmente, a Seduc-SP conta com um time de cerca de 90 professores curriculistas"
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