O governo federal iniciou os trabalhos para instalar barras de ferro em locais da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) onde se encontram luminárias. Entre eles, no interior das celas. Foi por essa abertura que 2 detentos fugiram em 14 de fevereiro. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Conforme a publicação, o Planalto autorizou a instalação de grades no espaço voltado à manutenção, que fica ao lado das celas e foi acessado pelos presos durante a fuga. Além disso, a construção de uma muralha deve começar ainda neste semestre.
Em 16 de fevereiro, a Polícia Federal mostrou um buraco localizado perto da luminária de uma das celas onde ficavam os 2 presos. Os foragidos teriam arrancado toda a estrutura para fugir. Ainda não há informações sobre como ela foi quebrada.
O Ministério Público Federal anunciou que atuará na inspeção e vistoria da Penitenciária Federal de Mossoró nesta semana. O intuito é identificar possíveis falhas na unidade de segurança máxima.
O secretário de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública, André Garcia, sugeriu, em 15 de fevereiro, que uma falha nos protocolos de segurança da prisão de Mossoró teria possibilitado a fuga.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, autorizou na segunda-feira (19) o emprego da Força Nacional de Segurança Pública em Mossoró para reforçar as buscas pelos 2 detentos.
Serão enviados 100 homens e 20 viaturas para a região para reforçar as buscas, segundo informou o Ministério. A tropa se somará aos 500 agentes da PF, da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e das forças locais em ação.
No domingo (18), Lewandowski informou que as possíveis falhas de segurança do presídio que podem ter ocasionado a fuga dos detentos foram corrigidas e que a penitenciária voltou a ser “absolutamente segura e apta a custodiar os detentos que lá se encontram”.
ENTENDA
Os criminosos Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento estão foragidos desde a madrugada de 14 de fevereiro.
Depois do caso, o governo federal afastou toda a direção da penitenciária, nomeou interinamente o policial federal Carlos Luis Vieira Pires como diretor e suspendeu visitas e banhos de sol e assistência interna no presídio. O Ministério da Justiça revisou equipamentos e protocolos de segurança das demais penitenciárias federais do país.
Além de Mossoró, há unidades de segurança máxima em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Distrito Federal. As penitenciárias são de responsabilidade do Departamento Penitenciário Nacional, órgão vinculado ao Ministério da Justiça.
Rogério e Deibson foram os primeiros detentos da história do país a escapar de um desses presídios.
Os 2 fizeram uma família de refém na noite de sexta-feira (16) em uma casa a 3 km da penitenciária. Roubaram celulares, comida e fizeram os moradores de refém por cerca de 4 horas. Com os aparelhos de telefone, realizaram ligações para o Rio de Janeiro. Há a suspeita que eles sejam ligados ao Comando Vermelho.
Segundo os investigadores, a região de mata das buscas dificulta a procura, embora haja helicóptero e drones fazendo o controle aéreo. Agora, a polícia tenta rastrear os criminosos pelo sinal de celular. A hipótese é que eles estão saindo da mata só à noite para procurar comida e água.
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