A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria utilizado o programa espião “First Mile”, durante o governo de Jair Bolsonaro, para tentar invadir a rede de telefonia da TIM no Brasil. A informação, de posse da Polícia Federal, foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo.
A lista em posse da PF aponta para o uso da ferramenta para espionagem de desafetos políticos de Jair Bolsonaro, como professores e jornalistas. O esquema, indica o jornal, seria comandado pelo então presidente da associação, o hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
As investigações da PF são parte da operação “Última Milha”, desencadeada em 20 de outubro do ano passado. Além da Abin, a Polícia Federal tornou público que o Exército Brasileiro também estava fazendo uso da ferramenta, e que o filho do general Carlos Alberto Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria Geral de governo no primeiro ano do governo Bolsonaro, estava entre os alvos da operação.
A PF diz que o sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um “software intrusivo” na infraestrutura crítica de telefonia brasileira e se sabia, no início da operação, que o sistema foi invadido reiteradas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos. Agora, pela primeira vez, o nome de uma empresa afetada é trazido a público.
Além do uso indevido do sistema, a última milha a atuação de dois servidores da Abin que, em razão da possibilidade de demissão em processo administrativo disciplinar, teriam utilizado o conhecimento sobre o uso indevido do sistema como meio de coerção indireta para evitar a demissão.
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