O governo de Israel não convidou o Brasil para um encontro que promoveu, nesta terça-feira (14), com parentes de reféns levados pelo Hamas. A reunião ocorreu na sede da ONU, em Genebra, na presença de pelo menos dois ministros do governo de Benjamin Netanyahu.
O objetivo do encontro era o de informar aos demais governos sobre a situação dos reféns, a ausência de informação por parte das família e tentar sensibilizar a comunidade internacional sobre a necessidade da guerra contra o Hamas.
Procurada, a diplomacia brasileira admitiu que não foi convidada. A missão de Israel em Genebra também confirmou que não houve o convite, mas explicou que havia sido apenas um "erro" no envio da mensagem aos delegados do Itamaraty.
A "falha" ocorre depois de uma série de polêmicas envolvendo os dois países. O governo brasileiro havia demonstrado irritação diante da ausência dos nomes de seus cidadãos nas listas feitas por Israel para permitir a saída de estrangeiros de Gaza. Os 32 brasileiros apenas entraram na sétima lista publicada pelas autoridades em Tel Aviv.
O mal-estar ganhou um capítulo novo quando o embaixador de Israel em Brasília, Daniel Zonshine, esteve em um encontro em Brasília com o ex-presidente Jair Bolsonaro no dia 8. O Itamaraty considerou o gesto como um grave erro. Naquele momento, porém, evitou abrir uma crise. O temor era que qualquer ruído poderia afetar o resgate dos brasileiros.
Após o incidente, a embaixada de Israel afirmou que não sabia que Bolsonaro estaria no evento na Câmara dos Deputados.
Na mesma semana, o Ministério da Justiça teve de emitir uma nota para esclarecer que investigações sobre eventuais suspeitos de terrorismo eram uma competência soberana do Brasil. Isso depois de declarações do governo de Israel e mesmo do envolvimento do Mossad ao apontar para suposta presença d Hezbollah no Brasil.
Fonte: Jamil Chade/UOL
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