Adolescente atirou em colegas por sofrer homofobia, diz advogado

Adolescente de 16 anos realizou ataque na Escola Estadual Sapopemba, em SP; uma jovem morreu e outros 3 ficaram feridos
Por: Brado Jornal 24.out.2023 às 10h08 - Atualizado: 24.out.2023 às 10h09
Adolescente atirou em colegas por sofrer homofobia, diz advogado
Foto: Taba Benedicto/Estadão

O adolescente de 16 anos que matou na segunda-feira (23) uma aluna de 17 anos e deixou outros 3 feridos em ataque na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, teria cometido o crime por ter sofrido bullying e homofobia no colégio. A versão foi apresentada pelo advogado do jovem, Antonio Edio, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.

“Ele me narrou que já não aguentando mais essa situação de homofobia que sofria na escola. Resolveu pegar uma arma de fogo que estava na casa do pai dele, arma que pegou escondido, sem a ciência do pai, e veio para a casa da mãe, sem que a mãe tivesse conhecimento. Cedo foi para a escola e resolveu fazer isso”, disse Edio.

O adolescente também teria dito ao advogado que não tinha a intenção de atirar na estudante que morreu no ataque. Segundo ele, a aluna não teria envolvimento nos casos de bullying e homofobia.

Edio ainda afirmou que a mãe do adolescente teria registrado boletim de ocorrência por conta da homofobia que o garoto supostamente sofria. “Levou ao conhecimento da escola, mas a única coisa que a escola fez foi dizer para a mãe trocar [o filho] de escola”, disse o advogado.

Em nota divulgada nesta segunda-feira (23), o Governo de São Paulo, por meio da Seduc (Secretaria da Educação do Estado), lamentou “com profunda tristeza o ataque ocorrido na Escola Estadual Sapopemba” e se solidarizou com as famílias das vítimas.

“Neste momento difícil, todas as equipes da pasta estão à disposição da comunidade escolar, em especial, os profissionais do programa Psicólogos nas Escolas. A Seduc-SP está de luto. E reafirma seu compromisso de promover um ambiente escolar seguro e acolhedor para todos os seus estudantes”, diz.


De acordo com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a escola já contava com ronda escolar e realizou cerca de 15 atendimentos psicológicos com alunos em 2023. Além disso, um treinamento contra agressão ativa também foi ministrado na unidade.

“Ainda assim não foi suficiente. Está havendo um esforço muito grande da Secretaria de Segurança Pública: só neste ano, 165 tentativas ou suspeitas [de ataques a escolas] foram frustradas no Estado. Mas, por mais que você evite uma série de ocorrências, quando você falha em evitar uma, fica a dor e a necessidade de rever tudo que estamos fazendo para evitar novos casos”, disse Tarcísio a jornalistas.

O adolescente detido não era visto como uma ameaça pelas psicólogas da escola, apesar de não ter passado por atendimento clínico, segundo o governo local.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, publicou nas redes sociais que acionou o Laboratório de Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça para auxiliar o Governo de São Paulo nas investigações.

“Solidariedade às vítimas, suas famílias e à comunidade da escola estadual de São Paulo, alvo de ataque com arma de fogo. Laboratório de Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça foi acionado para auxiliar a Polícia de São Paulo a aprofundar as investigações”, escreveu no X (ex-Twitter).



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