Depois de uma ação da Polícia Militar, as cerca de 600 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que invadiram a Fazenda São Lukas, propriedade da União, saíram da área, localizada no município de Hidrolândia, a 35 quilômetros de Goiânia (GO), no domingo 26.
A invasão ocorreu no sábado 25. Segundo a Polícia Militar (SPU) de Goiás, houve diálogo e negociação com “os líderes do movimento e seus advogados”, e a saída dos sem-terra foi voluntária.
Depois da saída dos invasores, a Superintendência de Patrimônio da União de Goiás, órgão vinculado ao Ministério da Economia, afirmou que deu início às tratativas com o braço estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para incluir a antiga Fazenda São Lukas nos programas de reforma agrária.
A antiga Fazenda São Lukas se tornou propriedade federal em 2019. De acordo com a Superintendência de Patrimônio da União (SPU), o imóvel tem quase 680 mil metros quadrados. A fazenda antes pertencia ao suíço Pietro Chiesa, condenado por organizar, junto de outras nove pessoas, um esquema de tráfico internacional de mulheres e meninas para prostituição. O esquema, descoberto pelas autoridades em 2002, usava a fazenda como rota. O imóvel foi arrestado pela União, junto com demais bens do patrimônio de Chiesa e de outros condenados.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a SPU de Goiás também afirmou que possui um Acordo de Cooperação Técnica com o município de Hidrolândia, para regularizar a propriedade da fazenda e planejar um novo destino para a propriedade.
A invasão da Fazenda São Lukas em Goiás aumenta a preocupação dos proprietários rurais, que temem uma escalada das invasões no próximo mês, quando o MST costuma fazer o “Abril Vermelho”, invadindo maior número de áreas rurais. Ainda em março, o movimento tomou três fazendas que pertencem à empresa Suzano Papel e Celulose. Fazendeiros baianos estão se organizando para evitar invasões em abril.
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