Nesta quarta-feira, 24, um programa recebeu Fabrício de Oliveira, ex-assessor do deputado federal André Janones (Avante–MG). Ele deu detalhes sobre suas denúncias que envolvem acusações de rachadinha no gabinete do parlamentar e assédio moral contra funcionários. “Tenho muito mais para mostrar e poder jogar na imprensa, para todo mundo ver a índole dele [André Janones]. Vinha na porta da minha casa, me buscava, falava comigo que ia lutar pelo povo e ser diferente. Depois que ganhou, o ego subiu a cabeça dele e começou a tratar as pessoas dessa forma. Tratava pior do que se trata um animal”, disse. Exonerado do cargo no mandato do político mineiro em novembro de 2021, Fabrício se queixou de racismo e desequilíbrio emocional por parte de Janones. “Eu achava que, por ignorância minha, racismo e assédio moral só existiam na televisão, falácia e vitimização. Depois que conheci a política pela janela que é o deputado André Janones, eu entendo que o buraco é muito mais embaixo, senti na pele. Tratava aquele que estava em volta dele como lixo. Ele é completamente desequilibrado emocionalmente, não consegue manter uma relação de amizade com ninguém. Todos que vivem em volta dele, por mais que estejam ganhando bem, vivem refém dele, do autoritarismo dele.”
Segundo Oliveira, existem áudios que comprovam a obrigatoriedade do repasse de 60% do salário recebido por assessores do gabinete de Janones. “Gravei o áudio, está à disposição da Justiça, na mão da PGR. Fiz a denúncia em meados de janeiro deste ano, peguei os áudios e veiculei na mão da imprensa, saiu em vários órgãos. No áudio, um dos assessores que estavam falando comigo na época cita que ganhava em torno de 9 mil reais e era praticamente obrigado a passar em torno de 60% do seu salário”, afirmou. Fabrício garantiu que sua denúncia aconteceu depois de sua saída do gabinete por medo de retaliação. “Havia outras alegações de outros assessores, onde realmente esse esquema era operado. Esse assessor que consegui capturar a declaração falava que repassava o dinheiro para a prefeita Leandra Guedes, que na época era assessora do deputado. A situação ocorreu dessa forma. Não tenho medo porque estou falando a verdade.”
Oliveira ainda relembrou de quando conheceu Janones e de sua participação na greve dos caminhoneiros, em 2018. “Conheci o deputado federal em meados de 2017, 2016, antes dele ser o deputado André Janones. Tinha vindo de Goiânia e, a partir daí, eu via o deputado na época apenas como um ator social, que fazia o trabalho de denunciar irregularidades do Executivo da cidade nas redes sociais. Eu via que era um trabalho louvável, ele praticamente era vanguarda desse trabalho nas redes sociais. Fui agredido muitas das vezes nesses locais e eu falei: ‘Vou juntar com esse cara porque ele está lutando pelo que é certo’. Comecei a andar com ele e veio a greve dos caminhoneiros. De início, ele falou que a greve não daria voto. Ele fez o vídeo, eu estava junto com ele e aí deu o que se deu, ficou conhecido nacionalmente pela declaração aos caminhoneiros. Depois que ganhou como deputado, praticamente virou as costas para essa classe”, concluiu.
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