Morreu na madrugada desta quarta-feira, 17, em Brasília, o coronel da reserva do Exército Sebastião Curió Rodrigues de Moura, aos 87 anos. O ex-oficial ficou célebre por liderar a repressão à Guerrilha do Araguaia no regime militar (1964-1985), confrontando o movimento que tinha como objetivo realizar uma revolução socialista no país.
Conhecido como Major Curió, o coronel da reserva teve a trajetória marcada pelo episódio no Araguaia. Em 1972, esteve à frente do combate na divisa dos Estados de Goiás, Pará e Maranhão, que deixou 67 guerrilheiros mortos. Entre os sobreviventes estava José Genoíno, que anos adiante virou figura proeminente dentro do Partido dos Trabalhadores (PT).
Na parte final de vida, Major Curió foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por homicídio e ocultação de cadáveres durante o combate à guerrilha. Em 2009, em entrevista ao Estado de S. Paulo, o militar da reserva afirmou que o Exército executou 41 pessoas no Araguaia.
Mas o combate à guerrilha não é o único episódio relevante no currículo do coronel. Nos anos 1980, Curió foi designado pelo regime militar como interventor na mina de ouro descoberta em Serra Pelada, local que foi o maior garimpo do Brasil, localizado no Estado do Pará. Na ocasião, o oficial se tornou a única autoridade da região, proibindo a entrada de mulheres, cachaça e armas na zona de trabalho.
Em 2020, Major Curió foi recebido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), em encontro no Palácio do Planalto. Há cinco anos o militar da reserva vivia recolhido em sua casa, em Brasília.
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