A Polícia Federal e a Marinha foram acionadas para realizar buscas pelo indigenista Bruno Pereira, servidor em licença da Fundação Nacional do Índio (Funai) e membro da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), e pelo repórter britânico Dom Phillips, colaborador regular do ‘The Guardian’, um dos jornais mais respeitados do mundo. Segundo a Unijava, Pereira e Phillips viajavam pelo Vale do Javari, região no oeste do Estado do Amazonas, próxima à fronteira com o Peru – os dois teriam visitado uma base da Funai em Lago do Jaburu, onde o jornalista fez algumas entrevistas com indígenas no sábado, 4. Na manhã de domingo, 5, os dois iniciaram o retorno para a cidade de Atalaia do Norte; eles teriam combinado uma visita prévia à comunidade São Rafael, onde Pereira se reuniria com um homem apelidado de ‘Churrasco’, para consolidar trabalho conjunto entre indigenistas e a comunidade. Eles chegaram no local por volta das 6h da manhã, onde falaram com a esposa de ‘Churrasco’, já que o mesmo não estava lá, e, logo em seguida, continuaram o caminho rumo a Atalaia do Norte, onde deveriam ter chegado por volta das oito ou nove horas. Não houve mais contato com o brasileiro e o britânico desde então.
A Univaja iniciou as buscas ainda no domingo, por volta das 14h, e outra embarcação foi enviada às 16h, mas nenhuma obteve sucesso em encontrar vestígios. A entidade ressaltou que Phillips e Pereira viajavam em um barco novo, com gasolina suficiente para a viagem e informou que pessoas que trabalham para ela, como Bruno, receberam ameaças na semana do desaparecimento. O ‘Guardian’ relatou que o brasileiro era ameaçado por madeireiros e garimpeiros há muito tempo, que visavam invadir as terras de povos indígenas ainda não contatados que vivem na região. A Polícia Federal iniciou as buscas, que serão feitas pelos rios; a Marinha informou que enviou uma equipe de busca para auxiliar. O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), também disponibilizou agentes das Polícias Civil e Militar para ajudar. A Funai relatou que conversa com os órgãos de segurança, e ressaltou que Pereira estava de licença para tratar de assuntos particulares. O Guardian informou estar conversando com a Embaixada Britânica no Brasil e com autoridades brasileiras e relatou estar preocupado com a situação.
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