Após ameaças na internet, seis dos sete integrantes do Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro decidiram pedir à mesa diretora da Casa carros blindados para reforçar a segurança pessoal e querem ainda uma varredura em seus gabinetes. A suspeita dos vereadores é de que eles podem estar sendo monitorados ou grampeados. Os parlamentares se sentem ameaçados pelos seguidores o vereador Gabriel Monteiro (PL), que responde a processo por quebra de decoro parlamentar da Casa. Os ataques vêm acontecendo desde que o processo foi aberto pelo Conselho de Ética nas redes sociais, onde Gabriel tem milhões de seguidores.
A Casa tem um grande trauma, que foi a morte da vereadora Marielle Franco em 2018. “Todo cuidado é pouco”, dizem os parlamentares. Nesta última quinta-feira, 2, um texto publicado pela vereadora Teresa Bergher, no qual relatava perplexidade diante do depoimento de supostas vítimas de Monteiro, recebeu mais de dois mil comentários, sendo a maioria de seguidores fanáticos do vereador. “Vivemos tempos difíceis de ódio e fanatismo”, disse a parlamentar. O Conselho de Ética da Câmara também pediu à presidência providenciar uma varredura em gabinetes e celulares de todos os membros do conselho.
O presidente do grupo, Alexandre Isquierdo, diz que essas ameaças não vem de Gabriel Monteiro, apenas dos seguidores. “A gente recebe algumas ameaças. Não da equipe do vereador Gabriel Monteiro e muito menos do vereador, para deixar bem claro. Mas sim de seguidores, que estamos verificando se são fakes, robôs ou se existem”, disse Isquierdo. A vereadora Rosa Fernandes lembra o assassinato de Marielle Franco para falar dessas ameaças e necessidades de reforço na segurança. “Essa Casa viveu, não tem muito tempo, momentos muito traumáticos em relação ao assassinato de Marielle. Nós já temos um trauma muito real de uma pessoa que não entrava em nenhum tipo de conflito e teve sua vida ceifada”, afirmou a vereadora.
O presidente do Conselho de Ética no caso Gabriel Monteiro, vereador Chico Alencar, está preocupado com o clima em torno desta investigação. “Nesses tempos de fanatismo e de ódio, os fãs matam. O John Lennon foi morto por um fã. O fanatismo dos tempos atuais, a disputa desqualificada nos levam a ter esses cuidados fundamentais”, disse Alencar. O grupo ouviu duas testemunhas favoráveis a Gabriel Monteiro.
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