A Prefeitura de Sorocaba, no interior de São Paulo, divulgou nota neste domingo (5) em que confirma que dois bebês receberam vacina contra a Covid-19 por engano. Os bebês foram levados a uma unidade de saúde, na quinta-feira (2), para receber a vacina conhecida como pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite C e a bactéria haemophilius tipo B.
De acordo com a Prefeitura, o secretário da Saúde, Vinicius Rodrigues, visitou a família para avisar sobre o ocorrido e ofereceu toda assistência necessária da rede.
A nota da Prefeitura informa ainda que a Secretaria de Saúde da cidade entrou em contato com o Centro de Vigilância Epidemiológica do estado, com o Ministério da Saúde e com a fabricante da vacina, e a orientação das instituições consultadas foi de que as crianças permanecessem em observação de 10 a 15 dias. Os bebês foram então encaminhados ao hospital local Gpaci, para ficar em observação.
A Prefeitura diz que abriu um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apuração da conduta. Por ora, a técnica de enfermagem, que fez a aplicação, foi afastada da sala de procedimentos injetáveis, até a apuração e verificação das medidas que serão tomadas.
Febre e vômitos
Ana Cláudia Mugnos Riello, microempresária e mãe da menina Liz Vitória, de 2 meses, contou à CNN Brasil que foi até a UBS Nova Sorocaba no dia 1º para a consulta e aplicação da vacina. A enfermeira então foi anotando as informações de Liz no prontuário, pegou os fracos, preparou a vacina e aplicou.
Horas depois, a bebê começou a ter febre alta. A mãe deu remédio, mas não melhorou, e então Liz começou a vomitar sem parar, e a febre não cessava. Então, no dia seguinte, na quinta-feira (2), Ana Cláudia foi até a emergência de outro posto de saúde. A criança foi medicada, e a mãe ouviu da médica que era uma reação natural à vacina, pensando na pentavalente.
No mesmo dia, e com Liz ainda sem apresentar melhoras, a mãe recebeu ligação do posto pedindo que ela voltasse ao local com o argumento de que haviam marcado uma informação errada na carteira de vacinação da filha. Ela disse que não poderia ir, mas insistiram que era preciso voltar naquele dia.
Chegando lá, a atendente pegou a carteira da bebê e, após uma hora de espera, Ana Cláudia conta que foi levada até uma sala no fundo do posto, onde foi recebida por uma médica, enfermeiras e funcionários. “Desconfiei de vacina errada. Minha pressão subiu, abaixou a glicemia e comecei a passar mal enquanto pedia por informações”, relata.
A enfermeira pediu calma e disse que estavam aguardando o secretário da Saúde. Foi ele quem deu a notícia para Ana Cláudia de que, ao invés da pentavalente, aplicaram a vacina contra a Covid-19 da Pfizer. “Aí, eu fiquei sem chão, minha vida virou de ponta cabeça.”
A bebê foi encaminhada para a internação e, desde então, está bem. Segundo a mãe, Liz ficará sete dias em observação, realizando exames a cada 48 horas para monitoramento, conforme orientação da Pfizer. Os exames incluem ultrassons da cabeça e eletrocardiogramas. Até agora, nenhum exame realizado apresentou qualquer alteração.
“Sei que todo mundo erra, mas um erro desse é inadmissível. Eu não quero prejudicar a enfermeira, mas eu quero que isso sirva de alerta para outros profissionais de saúde e outras mães: perguntem para confirmar o que estão aplicando no seu filho”, afirmou Ana Cláudia.
Pernas inchadas e choro
O outro bebê que recebeu a vacina errada foi Miguel, de 4 meses. A mãe Kethillyn Fernanda também levou o filho no dia 1º, na mesma unidade de saúde que Ana Cláudia e Liz foram, para uma consulta de rotina e aplicação de vacinas previstas no calendário da criança. Miguel foi atendido pela mesma enfermeira.
No mesmo dia, conta Kethillyn, as duas pernas do bebê incharam, e ele não conseguia se mexer e chorava. Também apresentou febre alta. “Remédio e banho não resolviam. Não aceitou leite e começou a vomitar”, conta a mãe, que interpretou como uma reação à vacina, pois a enfermeira disse que isso poderia acontecer.
No dia seguinte, à noite, o secretário da Saúde foi até a casa de Kethillyn para informar o erro da enfermeira. “Fiquei sem reação.” Então, um carro da prefeitura levou o bebê para internação. Chegando ao hospital, Miguel teria começado a espumar e ficar com a boca roxa e com dificuldade de respirar, segundo relato da mãe. Mas agora passa bem e segue sendo monitorado.
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