Um dos advogados de Adélio Bispo, autor da facada em Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2018, disse a Fabíola Cidral e Josias de Souza que o responsável por financiar a defesa de Adélio o fez por “amor ao próximo”. Essa pessoa, de acordo com Pedro Possa, pediu anonimato no caso.
“É uma pessoa ligada a ele (Adélio) religiosamente. Eu não sei a identidade dela, só o doutor Zanone (Muriel, que está à frente da defesa do caso) que sabe, teve contato com ela. Mas não há mandante, um financiador, ninguém que tinha conhecimento prévio dessa ação perpetrada pelo Adélio. Somente ao saber da facada é que ele se dispôs a ajudá-lo por uma questão de amor ao próximo, vamos assim dizer”, disse o advogado.
O caso da facada no então candidato Bolsonaro voltou à tona na última semana após o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) derrubar uma liminar que impedia a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático de Zanone. O advogado foi alvo de uma ação da Polícia Federal em dezembro de 2018, quando foram apreendidos computadores, celulares e anotações ficais.
Desde o atentado, que aconteceu em setembro de 2018, em Juiz de Fora, em Minas Gerais, dois inquéritos sobre o caso já foram arquivados. A nova decisão do TRF-1, na visão do advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, fez com que as investigações sejam retomadas.
R$ 25 mil para defesa
De acordo com Possa, o escritório de Zanone cobrou R$ 25 mil para fazer a defesa de Adélio. Além de Pessoa e Zanone, outros dois advogados entraram no caso. Do valor inicialmente contratado, apenas R$ 5 mil teriam sido pagos.
“Confio extremamente na Polícia federal. Se houvesse qualquer tipo de coisa ilegal por trás disso, um financiador, um mandante, com toda certeza já teria sido revelado… Conheço o doutor Zanone, um advogado que tem mais de 20 anos de profissão. Se tivesse que fazer ou participar de algo errado, já teria sido descoberto”, afirmou Possa.
Sobre o anonimato pedido pelo financiador da defesa, o advogado disse que ela tem medo de sofrer represálias por apoiadores de Bolsonaro.
Foi celebrado no contrato entre ambos, o doutor Zanone e essa pessoa, de que a identidade dela não seria revelada exatamente para poupá-la, tanto de sofrimento, ameaça, o que quer que seja.
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