MPT apura denúncias de agressão e investiga condições de trabalho na BYD de Camaçari

Quase 500 funcionários estariam em condições degradantes na construção da 1ª fábrica de carros elétricos do Brasil
Por: Brado Jornal 29.nov.2024 às 08h52
MPT apura denúncias de agressão e investiga condições de trabalho na BYD de Camaçari

O Ministério Público do Trabalho (MPT) iniciou um inquérito para investigar as condições de trabalho na construção da fábrica da montadora chinesa BYD, localizada em Camaçari. Em nota à imprensa nesta quarta-feira (27), o MPT revelou que recebeu uma denúncia anônima em 30 de setembro e está coletando informações para avaliar a necessidade de um ajuste de conduta ou até mesmo uma ação judicial.

A entidade também informou que realizou uma inspeção no local da obra no dia 11 de novembro, onde está sendo erguida a linha de montagem da empresa. Além do relatório de vistoria, o MPT está analisando documentos requisitados à BYD e a outras três empresas contratadas para a construção.

"As informações colhidas até o momento indicam a necessidade de correção de procedimentos relativos ao ambiente de trabalho, com o objetivo de garantir a saúde e a segurança dos empregados", afirmou o MPT. A investigação também inclui relatos de agressões físicas, que precisam ser apurados.


A DENÚNCIA

Uma reportagem publicada pela Agência Pública revelou as precárias condições de trabalho enfrentadas pelos operários, especialmente os trabalhadores chineses, na construção da fábrica. De acordo com a denúncia, os operários estariam sendo vítimas de agressões físicas, como pontapés, além de conviver com alojamentos insalubres e banheiros sujos. Os trabalhadores estariam cumprindo uma jornada exaustiva de 12 horas diárias, sem equipamento de proteção, em uma escala de trabalho de sete dias por semana.

A reportagem também revelou que os operários não têm acesso a água potável e expôs imagens das condições degradantes, como banheiros sujos, refeições inadequadas e a falta de materiais de segurança nas obras.

De acordo com a Agência Pública, os funcionários brasileiros que trabalham na montagem da fábrica têm uma jornada de trabalho diferente, cumprindo 10 horas diárias, das 8h às 18h, com uma hora de pausa para o almoço.



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