A equipe da Polícia Federal (PF) designada para investigar o acidente aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo, no interior de São Paulo, na última sexta-feira (9/8), aguarda laudos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) e da Força Aérea Brasileira (FAB) para descobrir a causa da tragédia e indiciar eventuais responsáveis.
Pessoas ligadas à investigação, ouvidas pelo Metrópoles, afirmam que ainda é prematuro falar em suspeitos, mas não estão descartadas as hipóteses de crime culposo, por negligência ou imprudência, e até crime doloso com dolo eventual, quando se assume o risco de cometê-lo, mesmo que não tenha tido a intenção.
A PF vai analisar se a aeronave ATR 72 da VoePass, prefixo PS-VPB, estava com manutenção em dia e se todos os equipamentos necessários para o voo estavam funcionando. Ex-funcionários da companhia aérea já relataram uma série de problemas em aeronaves da empresa, como o improviso de um palito de fósforo para resolver um problema no botão que aciona o sistema antigelo.
Uma falha no sistema anticongelamento é justamente uma das suspeitas para a queda do avião, que despencou quase 4 mil metros em 1 minuto, rodopiando num movimento conhecido na aviação como “parafuso chato”. Dados meteorológicos mostram que a região onde houve a tragédia registrava formação de gelo na altitude em que o avião voava.
A conduta do piloto também será analisada, com base nos diálogos registrados pelas caixas-pretas do avião, que estão sendo periciados pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O gravador de voz da cabine do avião registrou conversas do copiloto sobre “dar potência” à aeronave minutos antes da queda, além de gritos de passageiros, segundo reportagem da TV Globo.
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