A Latam apresentou nesta sexta-feira um plano de recuperação judicial à Justiça dos Estados Unidos que prevê a injeção de US$ 8,19 bilhões, após ter adiado por duas vezes a apresentação da proposta em meio a uma disputa dos atuais acionistas com a companhia Azul para manter os ativos.
Pelo plano da Latam, o dinheiro seria levantado por meio de uma combinação de capital novo, títulos conversíveis e dívida, segundo comunicado divulgado pela empresa.
A companhia chilena está em processo de reestruturação nos EUA desde maio de 2020 e tinha à época dívidas de aproximadamente US$ 18 bilhões. Segundo a Latam, a proposta apresentada nesta sexta-feira foi acompanhada de um Acordo de Apoio à Reestruturação (RSA, na sigla em inglês) assinado pelo o maior grupo de credores sem garantia.
Dívida de US$ 7,26 bilhões
Segundo o plano, a companhia aérea sairia do processo de recuperação com uma dívida total de aproximadamente US$ 7,26 bilhões e liquidez de aproximadamente US$ 2,67 bilhões.
"O grupo determinou que esse é um nível de endividamento conservador e uma liquidez adequada em um período de incerteza contínua para a aviação mundial, que permitirá um melhor posicionamento do grupo para futuras operações", informou a empresa, em nota.
O próximo passo, agora, é fazer uma audiência para aprovar a adequação da Declaração de Divulgação do Capítulo 11, norma americana que rege recuperações judiciais e falências, e dos procedimentos.
Isso deve ocorrer em em janeiro de 2022. Se a Declaração de Divulgação for aprovada, a Latam iniciará o processo de solicitação para buscar a aprovação do plano por parte dos credores.
Azul deve apresentar plano concorrente
A Azul, controlada por David Neeleman, deverá apresentar um plano concorrente que preveja a venda de ativos da Latam, de olho em uma aquisição que lhe dê ganhos de escala no Brasil.
A Latam solicitou à Justiça americana que a audiência para confirmar o plano de recuperação seja realizada em março de 2022.
"Agradecemos a quem participou do processo de mediação robusto para chegarmos a este resultado, que inclui de maneira considerável todas as partes interessadas e apresenta uma estrutura ajustada às legislações norte-americana e chilena. A injeção significativa de capital novo em nosso negócio é uma prova de seu apoio e confiança em nossas perspectivas de longo prazo", disse Roberto Alvo, CEO da Latam, em comunicado.
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