Quando ocorreu a proclamação da República (golpe militar) em 15 de novembro de 1889 a participação popular foi quase nula, o povo estava fora de roteiro, os candidatos a herói não tinham musculatura nem profundidade histórica para ocupar o imaginário popular do grande proclamador.
A manifestação da Câmara Municipal liderada por José do Patrocínio, pedia a decretação do novo regime, formou-se uma comissão para ir à casa do militar Deodoro da Fonseca onde encontrava-se acamado, atacado de nova crise de dispneia.
Até o final da tarde do dia 15 de novembro não tinha ocorrido nenhuma manifestação formal de proclamação da República.
Empurrado pelas ruas do Ouvidor e Primeiro de Março no Rio de Janeiro, Deodoro parecia um homem empalhado, herói derrotado, em cima de um cavalo mal se sustentava na sela, cara fechada e sem ânimo. Nesse clima apático inicia a República no Brasil.
Na ocasião determinado grupo precisava derrubar a monarquia para dar prosseguimento ao seu projeto de poder, formar uma oligarquia sem patriotismo em busca de uma organização política que garantisse seus interesses, não havia identidade coletiva, sentimento de comunidade ou de pátria.
O militar e professor Benjamin Constant estava à frente de propagar a ideologia positivista nas escolas militares, o arsenal teórico positivista trazia armas muito úteis. Primeiro pela condenação da monarquia em nome do progresso, à ausência de referência de Deus, substituído pelo trinômio Família, Pátria e Humanidade (ciência); a política educacional e social.
Não demorou muito para os propagandistas da primeira República e os principais participantes do movimento perceberem que não se tratava da república dos seus sonhos logo ficaram decepcionados.
Em 1901, Alberto Sales, ideólogo do movimento republicano no Brasil, publicou um ataque feroz contra o novo regime, que considerava corrupto e mais despótico do que o governo monárquico.
Portanto podemos perceber desde o início que a construção da República foi malfeita, um modelo arranjado para garantir o domínio e manter no poder uma elite que despreza o povo, além de ser arrogante, patrimonialista. Infelizmente hoje colhemos esses malefícios que encontra-se enraizado em nossa cultura.
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