ESCLARECIMENTO SOBRE A CULPA DOS “ISENTÕES”

"Youtubers e influencers, responsáveis por formarem a opinião de milhões de bolsonaristas, estão difundindo narrativas de que a culpa pela consolidação da ditadura petista em vigor é dos “isentões”
Por: Leonardo Dias 17.mai.2023 às 13h31
ESCLARECIMENTO SOBRE A CULPA DOS “ISENTÕES”

Como previsto, youtubers e influencers, responsáveis por formarem a opinião de milhões de bolsonaristas, estão difundindo narrativas de que a culpa pela consolidação da ditadura petista em vigor é dos “isentões”, pessoas que não teriam se posicionado enfaticamente em favor do Bolsonaro, nas últimas eleições. 


Entre tantas, chama a atenção a interpretação de que o Poder Judiciário só passou ser ativista e perseguir opositores ao regime depois que Lula tomou posse. Antes disso, de acordo com a narrativa, quando Bolsonaro era o presidente nós vivíamos em uma plena democracia ou então o Bolsonaro nada podia fazer para barrar o que estava acontecendo, apesar de que se ele estivesse lá hoje tudo seria diferente. É a “lógica” da bola quadrada que culpa os “isentões”.


Há anos atrás, termos como “isentões”, “direita limpinha”, entre outros, eram utilizados para se referir , por exemplo aos que se consideravam “liberais” e consideravam Bolsonaro “radical”, em geral saudosistas do finado PSDB, apoiadores do Partido NOVO, os trombadinhas do MBL, mas isso era em meados de 2015, 2016, 2017 e 2018. Hoje em dia, esses grupos foram reduzidos a pó e nem existem mais como força política significativa, se é que já foram algum dia. Praticamente todos viraram bolsonaristas fanáticos. Até no Partido NOVO, por exemplo, quem não se converteu ao bolsonarismo, praticamente sumiu do mapa. Quase TODOS isentões pré-2018, que antes não apoiavam Bolsonaro, em 2022 já se comportavam como fanáticos bolsonaristas.


Assim, é completamente tosca a narrativa de que o isentão decidiu a eleição. Aliás, as eleições foram fraudadas ou não? Deveriam se decidir. A culpa pela derrota eleitoral é mesmo de quem não foi nas motociatas ou do TSE? As eleições decidem os rumos da nação? Pensem bem.


Se tivessem racionalidade, chegariam a conclusão de que essa pergunta não precisaria de resposta, na medida em que constata-se que a ditadura comunoglobalista em curso não foi iniciada após o período eleitoral, mas foi ensaiada em 2019 e consolidada a partir de 2020, há pelo menos 3 anos atrás, quando o Bolsonaro ainda era presidente e mantinha extraordinário apoio popular. 


Foi justamente sob o governo Bolsonaro que os comunistas se fortaleceram e montaram todo o aparato para formalizar a ditadura. Eles nunca saíram do poder, mas ficaram mais fortes, voltaram formalmente, sem vergonha e, no caso, não fosse a simulação de Bolsonaro, que continuou fingindo governar, ou seja, maquiando de “democracia” a ditadura que já estava em pleno vigor, fingindo falsa tranquilidade para conter a possível fúria da massa, mantendo falsas esperanças de reação e anestesiando milhões de pessoas de bem que talvez reagissem por conta própria, enquanto ainda havia tempo, dificilmente a ditadura estaria em estágio tão avançado. A volta do Lula apenas simbolizou o que já estava pronto.


Dito isso, é bom que esclareça de uma vez por todas que quem está a direita do Bolsonaro NÃO é isentão, pois se posicionou e permanece se posicionando, ao contrário do Bolsonaro, o verdadeiro isentão, que apenas discursou, mas jamais se posicionou efetivamente contra a ditadura que se instalava sob sua total complacência. O mandato foi acabando e, na cabeça do presidente eleito, ele era cidadão comum que devia se comportar como um comentarista de fatos, que deveria apenas falar e discursar, SEM A NECESSIDADE DE TOMAR AÇÕES OBJETIVAS.


Dessa forma, quem se desiludiu e não mais apoiou Bolsonaro, por sua extrema fraqueza no combate a comunoglobalistas, está à direita do bolsonarismo, não é isentão. Ele não foi eleito prometendo jogo em quatro linhas, mas, segundo suas próprias palavras, “destruir o sistema”. Não foi eleito pra jogar Xadrez 4D, mas nutrindo falsas expectativas de que precisava de apoio do povo para poder derrubar o tabuleiro do jogo sabidamente fraudado. Quem permaneceu cobrando o que foi prometido é isentão?


Os verdadeiros isentões foram aqueles que defenderam ou fingiram que não viram os bilhões do contribuinte sendo destinados para comprar vacinas que encheram o bolso de corruptos, ignoraram a roleta russa dos experimentos que mataram brasileiros, a busca da “harmonia entre os poderes” (acordo com representantes do crime organizado), a cartinha ridícula pós 7 de setembro de 2021, o jogo nas quatro linhas da frouxidão, as 70 leis feministas, a PEC do Calote dos precatórios em nome do aumento do assistencialismo e da eterna dependência estatal, a submissão e a entrega de 12 ministérios ao Centrão em troca de nada e nem aprovação de sequer uma pauta conservadora, entre inúmeros e infinitos outros pontos.


Enfim, o bolsonarismo é a isentolândia porque os legítimos isentões foram aqueles que, em nome da mera expectativa da reeleição que não serviria para nada, blindaram as derrapadas e a total mudança de rumo dos ideias e da plataforma que Bolsonaro, de forma estalionatária, defendeu em 2018.

Os autênticos isentões são os bolsonaristas e Bolsonaro é o maior isentão da história, simplesmente porque, além de bravatear e discursar, jamais fez absolutamente nada para combater os criminosos que, sob o seu próximo olhar, iam se preparando para fazer o que estão fazendo hoje.


Leonardo Dias 

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Nota do editor: “A opinião de nossos articulistas não reflete, necessariamente, a opinião do grupo Brado”

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