Lula está passando por um processo de REENQUADRAMENTO. Vai ser forçado a abrir um pouquinho mais as pernas para as viúvas tucanas e boa parte do centrão, até porque foi eleito em inédita coalizão do establishment, mas tem priorizado a locupletação de petistas, em detrimento de outros.
O seu ministério, as nomeações para estatais e as demais correlações de forças parcialmente empoderadas ainda não refletem completamente as expectativas de muitos agentes que foram fundamentais para o seu retorno.
Assim, para que o Lularapio tenha paz, o direcionamento das verbas bilionárias precisa crescer ainda mais, contemplando demais grupos de interesses.
A radicalização à esquerda do governo petista, apesar de prevista, na medida em que este foi o tom da própria campanha, passou um pouquinho do ponto e não tem agradado muitos apoiadores essenciais para a volta do PT. Como exemplos, temos boa parte de mandatários do mercado financeiro, os oligopolistas de setores importantes da economia, parte dos formadores de opinião que “ fizeram o L” mas se consideram de centro, parcela do congresso, apoiadores ou não, que querem também uma fatia maior do bolo e forças externas ligadas a pelo menos um dos blocos de poderes globalistas cujos apetites ainda não foram completamente satisfeitos.
A briga, portanto, é interna. O povo não participa mais de nada. A massa é apenas espectadora, assim como a direita política.
Por falar em direita, aliás, é bom ressaltar que esta já foi completamente alijada da arena decisória e, depois de tanta covardia e frouxidão daquele que foi alçado à condição de ser seu maior representante, passou a ser vista como uma força inofensiva e domável, novamente coadjuvante e em nada mais interferindo.
Dessa forma, a direita será convertida em massa de manobra pra engrossar o possível coro dos espertalhões que vão colocar a faca no pescoço do Lularápio.
Se o Lularápio não ceder de imediato e o caldo realmente engrossar, a direita será iludida com a promessa de “impeachment do Lula”, mas vai apenas ser usada como militância pra pressionar ou dar respaldo a uma eventual decisão do próprio estamento.
Os deputags “didireita”, na melhor das hipóteses, serão os porta-vozes da “queda do Lula” e, claro, vão ajudar a dar total legitimidade ao atual regime de exceção petista, na medida em que vão clamar pelo apoio popular à oposição formal e meramente parlamentar, ou seja, na prática, reconhecendo a validade do atual aparato institucional vigente, reforçando a legitimidade dos impostores que ocupam indevidamente as instituições.
Ah, mas se, mesmo assim, o Lularápio realmente cair? Sim, é bem difícil, mas se cair talvez até piore, porém depois eu explico.
Leonardo Dias
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Nota do editor: “A opinião de nossos articulistas não reflete, necessariamente, a opinião do grupo Brado”
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